Não é arte primitiva.

Artesanato feito em vida entendiada.

Mostra café-com-leite de patchwork.

É poesia. É épico, lírico, dramático

(o que dissemos sobre copas do mundo).

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Enquanto não são robóticas,

se vê a verdade da bola ou do choro:

o fracasso não vem apresentado por assessoria de imprensa.

Nas pernas delas corre sangue, como corre nas nossas.

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O futebol  jogo de gente, não video-game.

E há os olhos: mais bonitos, mas só servem à bola.

Essa coragem mítica de ir pra cima e fazer,

não ficar deitado no gramado pedindo cerveja.

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Um futebol de corpo,

que se limita no limite do

mais alta, mais forte, mais rápida.

Um futebol de carne,

sem figurinhas coladas em álbuns.

Futebol que a gente joga quando chove –

mais urgente.

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Ou

aquele velho lance:

os orgasmos

e suas intensidades…